Símbolos do Caminho de Santiago

Ao longo dos séculos, os peregrinos que percorrem o Caminho têm se utilizado de uma variedade de símbolos para representar a sua jornada, seus desafios e a sua relação com a história e a tradição.

Esses símbolos não só ajudam a guiar os peregrinos durante a caminhada, mas também desempenham um papel importante na construção de um senso de comunidade e pertencimento.

Neste post selecionei alguns dos símbolos mais importântes para os peregrinos que embarcam nesta jornada pessoal.

Sumário

Setas amarelas

As setas amarelas no Caminho de Santiago são uma das principais ferramentas de orientação para os peregrinos que percorrem as diversas rotas que compõem essa jornada histórica.

Essas setas são pintadas em postes, paredes, pedras, calçadas e outros lugares ao longo do caminho, com o objetivo de indicar a direção correta a seguir.

Pintar as setas foi ideia do Padre Elías Valiña Sampedro, um sacerdote espanhol que serviu na cidade de O Cebreiro, na Galícia.

Em 1984, com a ajuda de um grupo de voluntários, Valiña começou a pintar as setas amarelas ao longo das rotas do Caminho de Santiago.

Ele escolheu a cor amarela porque era facilmente visível e porque as autoridades espanholas já haviam usado a cor para sinalizar rotas turísticas em outras partes do país.

Concha de Vieira

Selecionando minha Vieira na Oficina em San Jean Pie de Port

A vieira tem sido um símbolo do Caminho de Santiago desde a Idade Média, quando os peregrinos costumavam trazer conchas como prova de que haviam completado sua peregrinação.

A minha “companheira” de viagem me encontrou na Oficina do Peregrino em SJPP. Resolvi que não ficaria escolhendo e confiei no acaso para encontrar a vieira certa. Assim feito, peguei a primeira do balcão, a mais clarinha e sem grandes adornos. Adorei! Seria essa minha protetora!

As vieiras também eram usadas pelos peregrinos como uma tigela para a água e como um prato para comer.

As vieiras são frequentemente vistas em moedas, placas, sinais e outros objetos ao longo do Caminho de Santiago, indicando aos peregrinos que estão no caminho correto.

Alguns peregrinos também usam vieiras penduradas em suas mochilas ou chapéus como sinal de sua jornada e como forma de identificar outros peregrinos na estrada.

Credencial do Peregrino

Credencial do Peregrino
Credencial do Peregrino

A Credencial é o documento oficial que atesta a condição de peregrino de quem está fazendo o Caminho de Santiago.

Este documento é emitido pelas associações de amigos do Caminho de Santiago, sendo necessário sua apresentação para se hospedar nos albergues públicos.

A medida que avança no Caminho, o documento é carimbado em albergues, igrejas e outros locais ao longo do percurso.

Ao final, a credencial prova que o peregrino completou sua jornada, além de ser obrigatória sua apresentação para obter a Compostela.

Compostela

A Compostela é o documento oficial emitido desde s século IX pelas autoridades eclesiásticas que certifica que o peregrino alcançou sua meta.

Para sua obtenção é preciso ter viajado pelo menos os últimos 100 quilômetros a pé ou a cavalo, ou os últimos 200 quilômetros de bicicleta, o que é comprovado pela Credencial do Peregrino devidamente carimbada ao longo da rota percorrida.

Cruz de Santiago

O Caminho Francês para Santiago de Compostela
Cruz de Santiago

A cruz é um símbolo reconhecido mundialmente e é frequentemente associada à cultura e à tradição do Caminho de Santiago. Sua história remonta à Idade Média e é associada à ordem militar cristã chamada Ordem de Santiago.

De acordo com a tradição, a Cruz de Santiago foi criada após a batalha de Clavijo, em 844 d.C., quando o rei Ramiro I de Astúrias liderou um exército lutar contra os mouros. A Cruz de Santiago teria sido erguida em comemoração à vitória dos cristãos.

Ao longo da história, a Cruz de Santiago foi adotada como um símbolo da peregrinação a Santiago de Compostela.

Muitos peregrinos carregavam medalhões ou insígnias em forma de cruz para mostrar que haviam concluído a peregrinação.

Mojones

Mojón (Marco Miliário)

Mojón é uma palavra em espanhol que significa marco ou sinal. No Caminho de Santiago, os mojones são pequenas colunas de pedra ou concreto que marcam a direção a ser seguida pelos peregrinos

Eles também podem conter informações sobre a distância percorrida e a distância restante até o destino final, bem como o nome da cidade ou aldeia mais próxima.

Os mojones também são úteis para indicar onde os peregrinos podem encontrar abrigo, água, comida e outras comodidades ao longo do caminho.

Alguns mojones podem ter inscrições religiosas ou motivacionais para encorajar os peregrinos em sua jornada.